O setor de tecnologia no Brasil vai além de desenvolvedores. Em 2025, empresas digitais precisam de profissionais em produto, experiência do usuário, dados, suporte e operações. Essas áreas combinam conhecimento de negócios, design, comunicação e análise sem exigir código avançado. Este guia apresenta carreiras promissoras, média salarial e como se preparar para atuar em tecnologia sem saber programar.
Por que há demanda por profissionais não técnicos
- Crescimento de times multidisciplinares: squads integram especialistas para acelerar entregas.
- Experiência do usuário em foco: empresas entendem que design e atendimento impactam retenção.
- Estratégia orientada a dados: análise e interpretação são tão importantes quanto desenvolver sistemas.
- Operações complexas: plataformas digitais precisam de suporte, sucesso do cliente e gestão de projetos.
Carreiras em tecnologia sem programação
Product Manager (PM)
Responsável por definir visão e estratégia do produto, priorizar backlog e alinhar time técnico e negócios.
- Habilidades: pesquisa com usuários, métricas (ARR, churn, NPS), metodologias ágeis, comunicação.
- Salário médio: R$ 10 mil a R$ 22 mil, conforme porte da empresa.
- Como começar: cursos de product management, participação em comunidades (PM3, Product Camp), projetos práticos.
Product Owner (PO)
Foco em maximizar valor do backlog, detalhando histórias e aceitando entregas.
- Habilidades: escrita de user stories, priorização, gestão de stakeholders.
- Salário: R$ 7 mil a R$ 16 mil.
- Entrada: certificações Scrum, experiência prévia em negócios ou projetos.
UX/UI Designer
Cria interfaces e experiências centradas no usuário.
- Habilidades: pesquisa, prototipagem (Figma), arquitetura de informação, design system.
- Salário: R$ 5 mil a R$ 14 mil.
- Entrada: portfólio com estudos de caso, participação em hackathons e bootcamps.
UX Researcher
Investiga necessidades de usuários e testa soluções.
- Habilidades: métodos de pesquisa (entrevistas, testes de usabilidade), análise de dados qualitativos, síntese.
- Salário: R$ 6 mil a R$ 13 mil.
- Entrada: cursos de pesquisa, projetos voluntários, portfólio com relatórios.
Customer Success Manager (CSM)
Garante que clientes atinjam resultados com o produto, reduzindo churn.
- Habilidades: gestão de relacionamento, métricas de saúde da conta, negociação.
- Salário: R$ 4 mil a R$ 12 mil + variáveis.
- Entrada: experiência em atendimento B2B, certificações de CS (CS Academy, SenseData).
Analista de dados (foco em BI)
Trabalha com dashboards e relatórios sem programar, usando ferramentas no-code ou low-code.
- Habilidades: Excel avançado, Power BI, storytelling, indicadores de negócio.
- Salário: R$ 5 mil a R$ 11 mil.
- Entrada: cursos de BI, projetos com dados públicos, certificações Microsoft.
Agile Coach / Scrum Master
Facilita times ágeis, remove impedimentos e promove melhoria contínua.
- Habilidades: frameworks ágeis, facilitação, resolução de conflitos.
- Salário: R$ 8 mil a R$ 18 mil.
- Entrada: certificações Scrum, experiência como PO/PM, participação em comunidades ágeis.
Tech Recruiter
Especialista em recrutamento de profissionais de tecnologia.
- Habilidades: hunting, entrevistas técnicas, employer branding, negociação.
- Salário: R$ 4 mil a R$ 10 mil + bônus.
- Entrada: cursos de recrutamento tech, atuação em consultorias ou RH interno.
Especialista em operações (BizOps/RevOps)
Otimiza processos internos, integra ferramentas e dados para apoiar crescimento.
- Habilidades: análise de processos, CRM, automações, métricas de receita.
- Salário: R$ 6 mil a R$ 15 mil.
- Entrada: experiência em consultoria, administração ou operações.
Conteúdo e educação em tecnologia
Instrutores, redatores técnicos e criadores de conteúdo para plataformas de ensino.
- Habilidades: didática, comunicação escrita, domínio da área de negócio.
- Salário: R$ 3 mil a R$ 9 mil (CLT) ou ganhos por projetos.
- Entrada: participar de comunidades, produzir artigos, ministrar workshops.
Como se preparar para ingressar nessas carreiras
- Estude fundamentos digitais: métricas SaaS, jornada do usuário, frameworks ágeis.
- Construa portfólio: projetos fictícios, consultorias voluntárias, estudos de caso.
- Participe de comunidades: Slack e Discord de produto, UX, dados e CS.
- Busque mentorias: profissionais experientes ajudam a validar caminho.
- Acompanhe vagas: analise descrições no LinkedIn, Gupy, Trampos para identificar requisitos recorrentes.
- Desenvolva soft skills: comunicação, colaboração, pensamento crítico e capacidade analítica.
Certificações e cursos recomendados
- Product Management: PM3, Tera, Cursos Alura, Reforge (internacional).
- UX/UI: Design Circuit, Coursera, EBAC, Interaction Design Foundation.
- Customer Success: SenseData Academy, CS Academy, Missão CS.
- Agile/Scrum: Scrum.org, Scrum Alliance, Kanban University.
- BI e dados: Microsoft Learn, Data Science Academy, FGV Analytics.
- Recrutamento tech: Gupy Academy, cursos de tech recruiting no LinkedIn Learning.
Indicadores para acompanhar sua evolução
- Número de projetos inclusos no portfólio.
- Certificações obtidas e horas de capacitação.
- Feedbacks recebidos de mentores ou clientes.
- Participação em eventos e comunidades.
- Entrevistas e processos seletivos em andamento.
- Propostas salariais compatíveis com a área.
Checklist para migrar para tecnologia sem programar
- [ ] Identifiquei uma carreira que combina com meus interesses e habilidades?
- [ ] Mapeei requisitos das vagas e lacunas no meu perfil?
- [ ] Criei plano de estudos com cursos e projetos práticos?
- [ ] Desenvolvi portfólio ou estudos de caso relevantes?
- [ ] Participo de comunidades e eventos da área?
- [ ] Ajustei currículo e LinkedIn com palavras-chave específicas?
Perguntas frequentes
1. Preciso aprender o básico de programação?
Não é obrigatório, mas entender lógica e termos técnicos facilita conversas com times de desenvolvimento e aumenta credibilidade.
2. A transição pode ser feita vindo de outras áreas?
Sim. Profissionais de marketing, jornalismo, administração, psicologia e engenharia migram com sucesso. Foque em conectar experiências anteriores às demandas atuais.
3. Empresas valorizam portfólio mesmo sem experiência formal?
Sim. Estudos de caso bem estruturados, voluntariado e projetos freelance ajudam a demonstrar potencial.
4. Há vagas remotas nessas carreiras?
Muitas empresas oferecem modelo remoto ou híbrido, especialmente para produto, UX, CS e BI.
Conclusão
Trabalhar em tecnologia sem programar é realidade para milhares de profissionais no Brasil. Ao entender as carreiras disponíveis, investir em capacitação e construir experiências práticas, você pode ingressar nesse setor dinâmico e bem remunerado. Mantenha aprendizado contínuo, aproxime-se de comunidades e registre conquistas para avançar em 2025.
